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sábado

Meditação em 22/10/09

Aconteceu que na última quinta-feira acabei sozinha na aula de yoga. Não fiquei desanimada nem triste, nem feliz, nem empolgada com isso.
Fiz alguns exercícios com um pouco menos de rigor e empenho do que quando estou dando aulas (é sempre assim quando faço exercícios sozinha). E decidi fazer um pouco de meditação antes de finalizar com uma sequencia da saudação ao sol.
Embora eu não saiba direito em que consiste a meditação e não tenha obtido nenhum sucesso nas outras duas vezes em que tentei praticar, resolvi tentar novamente. Com as pernas cruzadas, uni polegares e indicadores, mesmo sem saber o significado do gesto. Assim permaneci cerca de 20 minutos pelas minhas contas.
Durante a prática da meditação 3 coisas interessantes aconteceram. Inicialmente eu procurei me concentrar em apenas um dos sons dos vários que estavam ao meu redor mais perto ou mais longe e de repente ouvi próximo como que um som incessante que estava por trás de todos os outros. Que preenchia e era preenchido por eles. É impossível dizer se era um som alto ou baixo, agudo ou grave. Era apenas alguma coisa que não identifiquei, que não se parece com nada que eu tenha ouvido até hoje. Quanto mais eu me concentrava neste som, mais parecia que ele se afastava. E então eu me dispersava e de repente já estava novamente pensando em "coisas mundanas".
Depois disso, comecei a ter um pensamento que quase chegou a ser uma compreensão. Eu- mais ou menos - entendi que acima de mim a centenas e milhares de quilômetros existiam atmosfera, raios e tempestades e nuvens num céu imenso. Racionalmente quis atribuir isso a minha recente experiência de ter voado de avião pela primeira vez. Mas de repente entendi também que abaixo de mim a centenas e milhares de quilômetros existem o fogo do centro da terra e os sedimentos de milhares de anos de histórias sepultados.
Então me senti como o centro de alguma coisa (algo que não está nem acima, nem abaixo) e ao mesmo tempo, uma partícula muito pequenina.
A terceira coisa que aconteceu foi a repentina sensação de (quase) paz. Uma paz quase sólida e quase quente, ou fresca. Como um sopro primordial mesmo. Eu entendi que não é um simples bordão, mas que a paz vem realmente de dentro. É perfeitamente possível uma pessoa estar em paz no meio de uma guerra. Eu entendi isso de forma não racional, não sei explicar como.
Daí começou a me dar uma espécie de receio. Finalizei a meditação, talvez de um jeito apressado demais. Fiz uma sequencia de surya namascar e fui para a vida cotidiana novamente.
Desde então não pratiquei meditação mais nenhuma vez, mas ainda impressionada com estes "efeitos", resolvi dividi-los com vocês.
Fiquei com vontade de estudar mais sobre o assunto e com muitas dúvidas na cabeça. Neste caso me pareceu que as dúvidas e os "estudos" se dão na prática, não nos livros. Ainda que meu método seja puramente instintivo.

Um comentário:

Luiz Spinola disse...

Muito legal, Dinha, essa sua experiência transcendental. Depois de 2010, vc teve outras ?

Tive, em 2000 e em....algumas experiências bem parecidas. Viajava em um cavalo alado, Pégaso, por espaços imensos e por mundos desconhecidos, ou outros de muitos detalhes do dia a dia !!