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quarta-feira

Digeri

O intestino da noite
Deitou fora a confusão
Ficou tudo muito claro
Tendo o dia se alimentado
De poesia montanhas e tabaco
Ela sentia-se pronta
Para ir ao encontro dele
Com o presente em mãos
O presente consistia de um afago
O presente consiste do sopro que anima o tempo
Contudo resta ainda alguma areia na ampulheta
-
Daí uma foice ceifou as ervas daninhas do quintal
E devagar foram tirados os pregos da madeira
Até o ultimo
E quando o galo cantou não negou nada
Havia apenas uma pressa preguiçosa
Cheia de açúcar mascavo
E enquanto atravessava a estrada
Ouviu a montanha lhe dizer:
"Vou estar aqui quando você voltar."

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