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segunda-feira

Berlim - impressões

Um homem ri quando acendo um cigarro de tabaco e alecrim.
Caminhar sem pressa pelas ruas de outro país é parecido com voltar ao bairro da sua infância vinte anos depois.
Um pedaço de muro não derrubado para lembrar o que já esteve separado. Colar advérbios de tempo neste muro e ir embora.
Um duo. Música ecoando nas paredes. Uma garota sentada, desenha.
Sair à noite sozinha. Algo como uma puta tímida.
Dois mendigos abrem seu sorriso pra mim. Um deles não tem metade dos dentes. O outro pede a flor que carrego nos cabelos.
Escrever cartas em outro país é como tentar fugir do exílio.
Crianças são crianças em qualquer lugar do mundo.
Falar alto e rir alto incomoda as pessoas. Necessidade de marcar presença: vontade de falar português bem alto.
Flores. Calçadas largas. Exercícios de memória e reconstrução por toda parte.


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