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terça-feira

ser artista é que nem não ter feição

Ser artista é como mergulhar no oceano. É preciso criar coragem, atirar-se no espaço, deixar-se ir. Ficar sem respirar por algum tempo.
Nunca mergulhei. Não sei nem nadar.
Eu me queixo demais. Será que ter problemas faz a gente se tornar egoísta ou generosa? Não consigo me decidir.
Às vezes a gente se cansa de ser a boa moça, de agir de boa fé.
A gente cansa de pedir pra ser amada por quem não nos ama, ou quem nem existe mais.

E depois de cansar, descansa no colo da mãe ou na rede.

Ser artista é que nem não ter feição. Mas emprestar-se qualquer feição, qualquer gesto, qualquer corpo. É uma liberdade infinita dentro do seu limite. Igual é impossível contar as gotas de água dentro de um rio, ou de uma poça de água.
Viver de arte é assim. Viver pra arte é assado. A gente cansa de discutir essas coisas. Pensar a arte, projetar, entender-se dentro dela.
Não ter preguiça, ter foco... Preciso me decidir. Coragem. Mergulho. Mesmo sem saber nadar. Aprender na raça! No ato. De fato é um método eficiente.
Será que ter dúvidas faz a gente se tornar besta ou sábia?


2 comentários:

Savanna disse...

Garatujas Bipolares é um ótimo nome.

Daniela S. disse...

Pois é. Trata-se de rabiscos da minha mãe, que realmente é bipolar, esquizóide, ou seja lá que nome se dê pra pessoas que não são deste mundo.