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segunda-feira

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Eles sempre Eles
Eles querem que eu pare
de fazer poemas de amor
dizem que não vale nada
um poema de amor
onde tem fome
onde tem morte
onde a doença ataca
até a criança dentro da barriga

Eles sempre Eles
Querem que eu pare
de fazer amor
Eles não querem outra geração de nós
percorrendo o mundo
nus e crus
como viemos e vamos
todes um dia
querem abreviar os nomes
colocar os pingos onde não tem "is"
armaduras em cavaleiros moles

Eles sempre Eles
Eles querem que eu pare
ou pire ou pires
Copiam nossa dança, vendem nossos corpos
metem açúcar na merda pra gente comer de 4
metem o pau, metem o cacete, metem o dedo, a língua
onde não são chamados
machos ômega 3, sem sustança
alfarrábios fake

Sempre Eles dia e noite
movidos a pó e mais uma pá de (A)postos
movimentos calculados por satélites e ícones e mitos
metem robôs, metem drones, metem o caralho a 4, a 5
onde não são chamados
montes de sangue insosso
e pra nós só pele e osso

Mas eu vou dizer que a pele nóis roça
E o osso a gente rói e chupa o tutano
E chama as mana e mete dança, mete o loko, faz a loka
mete gostoso, que nóis é linguaruda
nenhum padrãozinho de patrazinho vai foder minha cabeça
nenhum padrãzinho de macho alfa-bixa-Ku Kux Klãs e pãs
nenhum vai foder minhas ideias
e onde vocês querem que eu pare eu pingo e molho e mancho
(in)cacho e mexo
e se Eles vier pra cima
nóiX escapa por baixo
que é de lá
é de lá que eu vim
de baixo
e é pra lá que eu volto
todo dia





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