quinta-feira
Esperança do amor...
A esperança do amorPrimeiro de braços abertosCoração escancaradoA mercê de qualquer vozque murmure suaveOu qualquer hálitofresco como ervaOu qualquer peletecida no mesmo fioA espera do amorque tem ânsiacansagritadesesperaDepois de tanto esperaracha que encontrouVem aquele paraísocom cheiro de velas e floresfeito morte pelo avessoE frio dentro da barrigada espinhaAté que fica provadoque o encontro ainda nãoVem aquele desencantocomo quem tá se afogandoentrando em todo buracouma vontade de choraruma vontade de poesiapra compensar a tristezapoesia pelo avessopoesia em desesperopoesia que apelase arrasta feito um cabelogrande num tapete maciopra passar a humilhação do desamorA esperança do amorpode virar desespero tão grandehumilhação tão grandequando se engana assimque pode até dar em choquedar em velas e floresnum cemitério de pedrasMas se não der fica aguadaamuada, aluadasem cor, sem cheiro, sem nada.Até que um dia abra os braçoscom o coração desconfiadodesconfiança e amornão cabem num só pedaçoUm sorriso amareladoUm girassol amareloTecido no fio da esperaE o amor de novo se enganaCansa gritaadoeceMas depois deita de barriga pra cimaFica esperando remédiotem ganas de entortar a espinhatem ganas de pisar em florestem ganas de roer as unhasO amor cansa de esperar e errarResolve ir dormir um poucoEntão o corpo sai solto pelo mundoSem procurar nadaSem esperar nadaSem poesia nas mãosSem memória de alecrimAí às vezes acontece de acordar o amordo outro.
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Um comentário:
Quando li este texto em voz alta no Festival de Apartamento, parece que teve mais sentido.
Creio que este texto só presta para performance.
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