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sábado

Ego trip hai kai tosco

Nos movimentos do corpo, o corpo cresce
O duplo de mim
eu encontro até no vazio da solidão

Nas palavras, me enredo
meu enredo de liberdade
dá licença, que eu mesma faço

Esta busca, esta espera
sem desespero
Nunca foi fácil, aí está a graça

Estes hai kais de pé quebrado
só são úteis para mim
Arte não precisa ter utilidade pra mais ninguém

Minha sombra me acompanha
mesmo que eu torça a coluna
Mesmo que eu folgue

Walt Whitman, Ginsberg, Bukowski
é de um homem assim que eu preciso
Ou não

A mulher que, virgem, pariu um menino santo
e os meninos demoníacos
que ninguém nunca pariu

Meu corpo, meu espírito, minha força
Atravessar as margens
em direção ao infinito

Minha poesia inútil
ainda bem que não tenho pretensões
Como era gostoso meu Português!

Meus amantes ausentes
não servem pra nada agora
Gozo a solidão de ser sem precisar de ninguém aqui

Minha fúria
Meu ego
Que bom! Que saco!

Plurais
Porque de singular
já basta a vida

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